Oque aconteceu com a XP investimentos.
- Mila Moraes
- 13 de mar.
- 4 min de leitura
Descubra oque aconteceu 12/03/2025 com a XP, sem sensacionalismo, direto ao ponto.

Claro! Vou te explicar o que aconteceu com a XP fora do que a mídia tradicional tem destacado, com base no que sei até agora, de forma clara e objetiva. Como você pediu algo "fora da mídia", vou focar em uma análise mais direta e menos sensacionalista, usando informações disponíveis e um pouco de contexto do mercado financeiro. Recentemente, a XP Investimentos, uma das maiores corretoras do Brasil, foi alvo de um relatório da Grizzly Research, uma empresa americana conhecida por publicar análises críticas sobre companhias listadas em bolsa. Esse relatório, divulgado em 12 de março de 2025, acusou a XP de operar um suposto "esquema Ponzi" (tipo pirâmide financeira) por meio de alguns de seus produtos financeiros, como os Certificados de Operações Estruturadas (COEs) e certos fundos de investimento que prometem retornos exorbitantes — como o fundo Gladius, que teria acumulado +2.492% em cinco anos. A Grizzly alega que esses produtos seriam usados para mascarar problemas financeiros da XP, sugerindo que a corretora depende disso para se manter lucrativa, enquanto sua estrutura principal estaria no vermelho sem essas operações. A reação foi imediata: as ações da XP, listadas na Nasdaq, caíram mais de 5% no mesmo dia, refletindo o nervosismo do mercado.
A XP respondeu rápido, negando tudo. Disse que o relatório é "falso, incorreto e impreciso" e prometeu tomar medidas legais contra a Grizzly. Eles afirmam que as acusações não têm fundamento e que os produtos questionados são legítimos e regulados. É grave ou não? Vamos por partes:
1. O que é um "esquema Ponzi"? Um esquema Ponzi é uma fraude em que o dinheiro de novos investidores é usado para pagar retornos fictícios aos mais antigos, até que o sistema colapsa por falta de novos entrantes. Se isso fosse verdade sobre a XP, seria gravíssimo — estamos falando de uma empresa com milhões de clientes e centenas de bilhões sob custódia. Mas provar algo assim exige evidências concretas, como demonstrações de que os retornos são insustentáveis e não vêm de operações reais no mercado. Até agora, o relatório da Grizzly parece mais especulativo do que baseado em provas sólidas. 2. Os produtos citados (COEs e fundos) COEs são produtos complexos, que misturam renda fixa e variável, e podem ser arriscados, sim. Já houve críticas no passado de que a XP "empurra" esses produtos para clientes, às vezes sem explicar bem os riscos, porque eles geram boas comissões. Isso não é novidade no setor financeiro — muitas corretoras e bancos fazem o mesmo. Quanto aos fundos de retorno alto, como o Gladius, eles podem ser resultado de estratégias agressivas (e legais) no mercado, mas também levantam sobrancelhas: retornos tão altos assim por tanto tempo são raros e podem indicar alavancagem ou riscos escondidos. Nada disso, porém, é prova direta de uma pirâmide.
3. A saúde financeira da XP Um ponto levantado é que a XP seria "deficitária" sem depender de COEs e operações de varejo estruturado (RLP). Isso sugere que o modelo de negócios dela pode estar muito concentrado em produtos de alta margem, o que é um risco operacional, mas não necessariamente uma fraude. Muitas empresas financeiras têm segmentos que dão prejuízo e outros que compensam — o problema é se isso for insustentável a longo prazo.
4. Gravidade imediata No curto prazo, não parece haver um colapso iminente. A XP é regulada pelo Banco Central e pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), e qualquer irregularidade tão séria já teria chamado a atenção desses órgãos. O mercado reagiu com a queda das ações porque investidores odeiam incerteza, mas isso não significa que a empresa esteja quebrada ou que os clientes vão perder tudo. É mais um alerta para acompanhar.
5. Risco real O que pode ser grave é o dano à reputação. A XP já enfrentou processos de clientes no passado (como os de 2024, sobre prejuízos com operações alavancadas), e essa nova acusação reforça a narrativa de que ela prioriza lucros próprios sobre os clientes. Se isso virar uma bola de neve — com mais investigações ou saída massiva de investidores —, aí sim pode se tornar sério. ### Minha visão "fora da mídia" Não acho que a XP seja uma pirâmide, pelo menos não com base no que foi apresentado até agora. Parece mais um caso de uma empresa que cresceu rápido, apostou em produtos agressivos para lucrar e agora está sendo questionada por isso. A Grizzly Research tem histórico de atacar empresas para lucrar com a queda das ações (short selling), então há um interesse financeiro deles nisso também. Por outro lado, a XP não é imune a críticas: o foco em comissão e a falta de transparência em alguns produtos são problemas reais que ela precisa endereçar. E agora?
Para clientes da XP: Não há sinal de que seu dinheiro vai sumir amanhã. Mas vale revisar sua carteira, entender os riscos dos produtos que você tem e, se for o caso, diversificar entre corretoras.
- Para o mercado: Vamos ver como a XP responde juridicamente e se os reguladores entram na jogada. Isso vai definir se é só barulho ou algo mais profundo. Resumindo: é preocupante, sim, mas não parece o fim do mundo para a XP ainda. Fique de olho nas próximas semanas para ver como isso se desenrola.
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